sexta-feira, 29 de abril de 2011

Efeito da Radiação Gama no corpo Humano

Em física, radiação é a emissão de energia por meio de ondas. Determinados elementos químicos, por possuírem núcleos instáveis (quando não há equilíbrio entre as partículas que o formam), liberam raios do tipo gama, capazes de penetrar profundamente na matéria. É o caso dos combustíveis utilizados nas usinas nucleares, como o urânio e o plutônio.

Quando exposto a esse tipo de radiação, o corpo humano é afetado, sofrendo alterações até mesmo no DNA das células. "A radiação tem a capacidade de alterar a característica físico-química das células. As mais afetadas são as células com alta taxa de proliferação, como as reprodutivas e as da medula, que são mais radiossensíveis", explica Giuseppe d´Ippólito, professor do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Universidade Federal Paulista (Unifesp).
Os efeitos da radiação são classificados como agudos ou crônicos. Os crônicos se manifestam ao longo de anos após uma exposição não direta mas significativa de radiação. Já os agudos são imediatos. Ocorrem naqueles indivíduos que tiveram contato com material radioativo ou que se expuseram a grande quantidade de radioatividade.
Segundo Gilson Delgado, oncologista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), os efeitos agudos variam de queimaduras nas mucosas até alterações na produção do sangue, com rompimento das plaquetas (células que atuam na coagulação do sangue) e queda na resistência imunológica. "Esses efeitos são pouco comuns em acidentes em usinas, pois só ocorrem quando há uma exposição intensa e próxima", explica.
No entanto, em eventos como o ocorrido no Japão, a radiação pode contaminar o ambiente por meio do vazamento de componentes radioativos. O risco passa a ser a entrada de material contaminado na cadeia alimentar humana, por meio do consumo da água, de vegetais ou de carne de animais mantidos com alimentação contaminada. "Com essa exposição frequente aparecem problemas crônicos como câncer de pulmão, de pele ou de sangue (leucemia), problemas na tireóide e esterilidade", conta Delgado.
Pesquisadores apontam que as alterações no DNA das células podem se estender por gerações. Pesquisas recentes com netos de sobreviventes do ataque nuclear a Hiroshima (Japão), durante a Segunda Guerra Mundial, apontaram alta taxa de infertilidade. A explicação estaria no fato de que as células reprodutoras são muito sensíveis e especialmente afetadas pela radiação.
Incidentes nucleares são recentes na história. Por isso, ainda não é possível conhecer todos os efeitos que a radiação pode causar a longo prazo, nas próximas gerações. "Hoje, sabemos que, para quem é afetado, não existe tratamento possível. A radiação pode até sair do corpo, mas o efeito biológico não", afirma Delgado.


Fonte: Revista Nova Escola

domingo, 3 de abril de 2011

COLETA DE LIXO NA EUROPA - FANTÁSTICO!

A vila olímpida de Barcelona construida para sediar os jogos olimpícos de 1992 foi transformada em um fantástico sistema subterrâneo de coleta de lixo. Assista o vídeo abaixo:
Atualmente mais de 70% da zona metropolitana já possui boca de lixos conectadas diretamente aos centros de coletas. Plásticos, papel e lata são reciclados e o lixo orgânico é transformado em energia. A ideia é eliminar em torno de cinco anos os caminhões de lixo. O sistema já foi adotado em mais de 50 cidades da Europa.
Será que um dia teremos algo semelhante aqui no Brasil?

sábado, 2 de abril de 2011

A TERRA É REDONDA?

Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA), com a ajuda do satélite GOCE, construiram o mapa mais preciso já feito até o momento da gravidade da Terra. A imagem foi divulgada nesta quarta-feira (31/03) durante uma conferência em Munique (Alemanha). O modelo chamado de Geóide, mostra minuciosamente que a terra não é redonda.


O satélite GOCE (sigla em inglês de Explorador da Circulação Oceânica e do Campo Gravitacional) foi lançado em março de 2009 e já recolheu mais de 12 meses de dados sobre a gravidade. De acordo com a ESA, essas informações são essenciais para medir a movimentação dos oceanos, a mudança do nível do mar e a dinâmica do gelo e para entender como são afetados pelas alterações climáticas.
A ESA também explica que os dados podem ajudar a entender mais profundamente os processos que causam terremotos, como o evento que assolou o Japão no dia 11 de março. Do espaço, é praticamente impossível para os satélites observarem a dinâmica dos tremores visto que o movimento das placas tectônicas ocorre abaixo do nível dos oceanos. Contudo, segundo a ESA os tremores costumam deixar um "rastro" na gravidade do planeta, o que pode ajudar a entender o mecanismo de um terremoto e, quem sabe, antecipar sua ocorrência.
A ideia dos pesquisadores da ESA é continuar medindo a gravidade até o final de 2012. O satélite GOCE pesa uma tonelada (1000kg) e orbita a baixa altitude.

ENERGIA ESCURA

Qualquer pessoa que já arremessou um objeto para o alto e o viu retornar a Terra ficaria surpresa em saber dos resultados das recentes observações astronômicas. Isto porque uma combinação impressionante de resultados envolvendo observatórios na Terra e o telescópio espacial Hubble vêm revelando consistentemente que o Universo está expandindo de forma acelerada, o que modifica drasticamente nossa visão tradicional do Universo. O grande paradoxo é que sendo a gravidade uma força atrativa, o conteúdo material do Universo deveria frear sua velocidade de expansão, conforme ensinado durante muitas décadas por físicos e astrônomos. De acordo com a teoria da Relatividade Geral de Einstein, o fenômeno da aceleração cósmica só pode ser explicado através da existência de uma forma desconhecida de energia, denominada Energia Escura, cujo efeito gravitacional é repulsivo. É bem verdade que pouco sabemos sobre a natureza da energia escura. No entanto, a história cosmológica mais provável nos mostra que durante os primeiros 9 bilhões de anos após o big bang, os campos de matéria (matéria escura, bárions e radiação) dominaram a evolução do universo e somente mais recentemente, cerca de 5 bilhões de anos atrás, a energia escura passou a ser a componente dominante. Atualmente, a energia escura é responsável por cerca de 70% da densidade total de energia do Universo, algo da ordem de 10-29 g/cm3, que equivale aproximadamente a alguns poucos átomos de hidrogênio por metro cúbico. Após dominar a composição do Universo, a gravidade repulsiva gerada pela energia escura conduziu o Universo a uma aceleração cósmica, tal como detectada pelas observações astronômicas. A origem ou natureza dessa aceleração (ou repulsão gravitacional) constitui o maior desafio da Física e Astronomia contemporâneas, uma vez que a componente que a dirige (energia escura) não é prevista pelo modelo padrão da Física de Partículas. Qual, então, é a natureza da energia escura? Seria a Constante Cosmológica introduzida por Einstein ou um campo cósmico que existe desde os primórdios do Universo? Ou ainda, seria a energia escura a primeira evidência de que a Teoria da Relatividade Geral deve ser substituída por uma teoria mais completa? Como serão os últimos estágios da evolução do Universo se a energia escura for a componente dominante? Ou, em outras palavras, qual o destino do Cosmos na presença dessa componente extra? Essas questões fazem parte das indagações mais prementes da Física contemporânea, e tal como ocorreu na Grécia antiga e durante o renascimento, impulsionam novamente a Cosmologia para a fronteira do conhecimento científico.
Por: Jailson Alcaniz
(Doutor e Pesquisador associado da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional)

Para saber mais leia "Detectando o Invisível"